29 de outubro de 2022

 O amor é sempre o melhor norte.

26 de setembro de 2022

Trovões ecoam
e o frio cavalga
uma brisa constante


Silêncios perguntam
e respostas invadem
meu eu vacilante

A inércia do tempo
afoga o que tenho
de mais bom valor

O céu de poeira
que esconde as estrelas
me induz ao pavor

Raios reluzem
e clareiam as nuvens
que vestem tormento

As sombras que vejo
parecem um demônio
de rosto agourento

Pressinto só dor
mas noto e me perco
na chuva tão fria

Me sinto sozinho
e imploro pra noite:
não me deixe ainda




Presságio, escrito por mim em 2012.
Tenho revisitado os antigos poemas.

16 de agosto de 2022

Já fui pedra. 

Hoje poeira, nunca estive tão perto de mim. Sempre que me tornam menos, insisto em me acumular. Quando me assopram: espalho, desvaneço, desapareço... então volto talvez outro, talvez sem fim, talvez por fim. Já fui pedra. Hoje poeira, nunca estive tão perto de mim.

9 de abril de 2022

Na medida em que as cores se apagam da minha retina, na medida em que envelheço, me sinto cada vez mais um cadáver adiado. Uma sombra se tornando opaca, uma chama que se distancia do seu ápice rumo às brasas. Os sentimentos já não vêm mais em rompantes através dos textos e a contemplação, outrora fruto de encantamento, hoje é sintoma do cansaço. Sou um homem exausto. Hoje velho, envelhecendo, sou apenas mais um. Me regozijo em obviedades.

11 de março de 2022

Tenho constatado que, na vida, o sofrimento é invariavelmente mais abundante. A questão que importa é: há um motivo?


De bom préstimo, aceito respostas.

2 de fevereiro de 2022

Usemos, irmãos de pensamentos, nossas últimas forças para nos deitar na relva e repousar. É justo que o fim nos encontre em nosso pacífico leito. Depois de tantas dores, cicatrizes, desejos, faltas; Depois de tanta juventude, tamanha sede... nos permitamos ficar pelo caminho, envelhecer. Talvez saiamos desta vida de mãos vazias e, por aceitar, nos perdoemos. Estejamos prontos para decepcionar o espírito jovem que arrastamos até aqui, para enterrar alguns dos nossos sonhos junto ao cadáver gélido do nosso intrépido passado. Em algum momento os nossos pés começaram à doer e não há nada que possamos fazer sobre isto. Vivemos mais do que deveríamos ter vivido, sentimos mais do que deveríamos sentir. Perdemos, no ápice de nossas vidas, o compasso final. O que nos resta é o patético lamento de quem passou do seu tempo. Portanto, irmãos de pensamento, limpemos a casa, lavemos as cortinas e nos aninhemos em nossos afetos. Vamos vestir nossa roupa de domingo e gastar os nossos melhores sorrisos. Não temos muita fé mas amamos e somos amados. Entre alegrias e tristezas, nada me dói mais do que a possibilidade de não termos estado aqui. Regozijemo-nos. 


Palavra da perdição,

Amém.

5 de outubro de 2021

O ano é 2021 e eu estou aqui. Decidi republicar os textos, haviam desaparecido porque estavam como rascunho... Não faz diferença, nunca fez. Já se passaram dez anos e de alguma forma eu passei por eles. Tudo deu certo, nada deu certo. Quantas vidas serão necessárias para que eu troque todas as tábuas deste meu Navio de Teseu?

Enquanto procuro a resposta talvez eu volte aqui. Apenas talvez.

23 de junho de 2012

Eu sou... Quem eu sou? Quem eu pareço ser? Apenas um sonho? Ou um pesadelo? De quem é este pesadelo? De quem sou? Eu tenho um nome? De quem é meu nome? Quem pensam que sou? Sou de onde? Sou de quando? Pra onde vou? Porque eu vou? Tudo está desmoronando. Não existe nada pior do que estar sobressalente. Pior do que estar, apenas ser.   M        e       l      a      n     c    o   l  i a.

30 de dezembro de 2011

"- (...) Explique-me: por que não havemos todos de ser como irmãos uns para os outros? Por que motivo, quando nos encontramos diante de outra pessoa, mesmo que ela seja a melhor do mundo, havemos sempre de esconder e de calar algo? Por que não havemos nós todos de dizer com absoluta sinceridade aquilo que trazemos no coração, quando sabemos muito bem que as nossas palavras não seriam em vão? Parecemos todos mais frios e taciturnos do que somos na verdade, pode-se dizer que as pessoas têm medo de se comprometer expondo com franqueza os seus sentimentos."

[Fiódor Dostoiévski - Noites Brancas]

24 de novembro de 2011

Naquela noite ele acordou com um desejo muito especial de não ter acordado. Desejava continuar dormindo por mais alguns anos ou até mesmo séculos se fosse necessário. Não era o desânimo que o incomodava mas o completo descontantamento com tudo o que havia acontecido nos últimos seis meses. Esta última semana havia sido particularmente difícil. As festividades de final de ano chegaram em péssima hora. Passara o natal de mal humor, na companhia de alguns amigos, tendo a legítima impressão de não ser o melhor dos convidados. Escondeu uma garrafa de tequila sob o casaco e saiu em silêncio antes da ceia. "Santa ceia", era assim que a chamavam e ele costumava pronunciar este nome com uma boa parcela de sarcasmo. Mas já fazia algum tempo que o sarcasmo não lhe divertia. Preferia caminhar pelas ruas escuras e frias calado pois para ele não havia motivo pra comemorações. E nesta noite em que acordava continuava preferindo a solidão. Por alguns minutos escutou o burburinho das pessoas conversando nas dezenas de apartamentos sobre os quais ele morava. Nos outros prédios ao longo da rua não era diferente. Mais um ano acabava. "Mais um maldito ano", era o seu pensamento.

- Inferno de reveillon - murmurou ciente de que ninguém iria escutar. Talvez o seu gato.

Sentou-se na cama e olhou para os lados. Nem sinal do gato. O apartamento estava escuro. A pouca luz visível penetrava das grandes janelas que ficavam de frente para a rua. Elas estavam todas escancaradas e as cortinas negras balançavam. O vento que entrava, vez ou outra arremessava uma das folhas que repousavam sobre mesa. Desenhos talvez, poemas talvez, pedaços de nada. Elas dançavam graciosamente no ar e projetavam sua sombra como se fossem corvos famintos, depois se ocultavam em algum lugar vazio do seu imenso quarto. O frio era intenso no último dia do ano. Há alguns anos este clima em Goiânia seria impensado. A previsão para hoje era de noite inóspita, com fogos de artifício e uma boa chance de neve. A felicidade alheia pairava no ar e cheirava à champanhe. Ele quase esboçou um sorriso por entre os lábios ao sentir aquilo.

- Champanhe... Uma bebida muito fraca.

22 de novembro de 2011

Em algum lugar existe uma janela
de vidros embaçados, de frente para o mar
a tarde está triste e o mar furioso
e é naquela janela que eu queria estar

No mesmo lugar há uma casa bem velha
a madeira gritando com o vento a soprar
sem móveis, sem luzes, somente a janela
E é naquela janela que eu queria estar

Ao nascer este erro não houvera escolha
e não tendo escolha fui ser o que era
porém preferia, ao invés deste tolo
eu ser só poeira naquela janela

29 de outubro de 2011

"Talvez tivesse havido tragédia na situação, mas o pistoleiro não via isso; via apenas a predestinação de sempre. E por fim, a natureza mais realista de seu temperamento voltou a se afirmar, e ele dormiu profundamente, sem sonhos."

[Stephen King - A Torre Negra]

22 de outubro de 2011

Quem é você?

Eu queria dizer sucinto
certa coisa estupefata
que, pudera, me arrebata
toda vez que me constrange

Mas não posso abster-me
desta dúvida encrostada
na profunda fenda achada
neste meu pensar falante

Porém, contudo, entretanto
sem prolongar esta espera
a indagação que se empoleira
vou afugentar agora

Faço cercos de fumaça
com semblante assombroso
direi seco e duvidoso
e daqui me vou embora

Pois escute a pergunta
que não espera resposta
Aglutine doce calma
e tome posse do seu tempo

São pendências de outrora
luta clara e fatigante
do senhor de Sancho Pança
com seus moinhos de vento

Perseguindo a navalha
que soletra a verdade
ilusões porém à parte
da carência do 'porquê'

Diga com sinceridade
e certeza provisória:
Qual o intuito destes versos?
E também, quem é você?

17 de outubro de 2011

Assim eu acordo. Sete horas da manhã e nenhum motivo para acordar. Meus olhos vermelhos, minha pele suada. Talvez tenha sido por conta de algum pesadelo destes que eu nem me lembro. Já faz tempo que eles começaram a se repetir e eu parei de me importar. Assim eu acordo, com os meus olhos ardendo. Fossem outros tempos eu continuaria deitado mas agora eu não consigo, agora eu não posso. Assim que acordo eu me levanto e troco alguns passos desajeitados até o banheiro. Um banho rápido na água fervente que custa sair do chuveiro, escovo os dentes, olho pra mim mesmo: "Que figura deprimente". Assim eu acordo às sete horas de uma segunda feira. "Hora do colírio". Dois deles, um de frasco azul e outro de frasco branco, cinco minutos de diferença entre um e o outro. Eu sempre me perco nos minutos, sempre. Caminho pesarosamente até a cozinha, estou sem fome, tomo apenas leite. O gosto está estranho mas mesmo assim eu o bebo, sem pressa, sem pressa... "Tomara que eu nunca termine este copo". Pela janela, dou uma olhada rápida no dia nublado lá fora: "Muito cedo, são sete horas". E assim eu acordo. Volto para o meu quarto, sento-me por algum tempo e olho à esmo para os móveis, os livros na prateleira. Ligo o velho notebook surrado que demora uma eternidade para iniciar. "Ele sempre foi assim, sempre". São sete horas e a internet está tão vazia agora. Tão vazia quanto ontem e antes, antes... e até antes mesmo. Olho pro relógio, sete horas. São sete horas desde que eu acordei, e assim eu acordo. Ligo o estéreo quebrado que só reproduz som em uma de suas duas caixas antigas e desligo a luz para tomar a minha dose diária de Pink Floyd:  "Wish You Were Here... O melhor álbum de todos os tempos, o melhor mesmo". Acabei de acordar mas estou curiosamente cansado, deito-me. A luz opaca do velho note me permite ver algumas silhuetas na penumbra do meu quarto. Me descubro olhando para o teto acima da minha cabeça, para um forro de madeira envernizada: "Verniz escuro, marcas na madeira, marcas...". Não sinto fome, não sinto sono,  não sinto nada. "How i wish, how i wish you were here...". Hoje eu não trabalho, amanhã eu não trabalho. Não sei se quero mais trabalhar. "We are just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year...". O que eu faço agora? Vontade estranha de ficar aqui parado. Vontade estranha de sair correndo, de fazer algo, de não existir. Não preciso olhar para o relógio, eu sei que continuam sendo sete horas pois assim o é desde que eu acordei, e assim eu acordo. "Running over the same old ground, what have we found?...". O que eu vou fazer? Vou ficar aqui deitado e terminar minha dose diária. Não importa quanto tempo eu demore, não tem nada me esperando lá fora. Pensando bem, talvez até o mundo acabe em alguns instantes. "The same old fears...". Eu queria ter dormido mais esta noite, eu queria não ter acordado, eu queria ter continuado naquele pesadelo mas, como sempre, pouco importam minhas vontades. Sete horas, segunda feira e eu acordo exatamente igual a todos os dias, nublado como uma tarde de novembro. "Wish you were here, wish you were here...". E agora? "Agora meu amigo você acorda, e começa tudo novamente".

8 de outubro de 2011

Tempos difíceis
Páginas cheias
de solidão

Chove lá fora
se alaga aqui dentro
o meu coração

Escuto calado
o grito distante
do vento

As horas não passam
relâmpagos pararam
o tempo

Sofro em três linhas

24 de setembro de 2011

Ele andava sempre, por vários lugares, por muitas estradas. Conheceu todo o tipo de coisa, escutou quase tudo anotando toda e qualquer palavra. Eram desertos, eram florestas, era por sobre a água e debaixo dela também. Molhou-se na chuva, queimou-se no sol, banhou-se de lua. Acompanhou a sombra das nuvens de maneira despreocupada. Sorriu de alegria quando viu o céu nublado, chorou de tristeza ao nascer do dia. Acendeu fogueiras, construiu tochas e casas na árvore, participou de diversas batalhas. Domou fabulosos cavalos negros. Foram lobos e águias os seus amigos mais próximos. Quando partia era saudade, quando voltava era alegria, quando caminhava era de tudo um pouco. Avançava pelas paisagens bucólicas. Era um nada tão cheio de vida que parecia até ser algo. Nem humano, nem mineral, apenas algo. Se misturava com a terra úmida e com as pedras molhadas de um jeito inseparável e sempre que se lavava nas cachoeiras um pouco de si ia embora, rumo ao mar ou sabe-se lá pra onde. Mas ele não se importava. "Se 'também é ser deixar de ser assim' então não carece se importar". Na verdade, raramente se importava com algo que não fosse sua fome, seu sono e a estrada. Ah, a estrada lhe importava muito. Mas sempre haveria alguma em algum lugar. Quando parava ou dormia, tinha a impressão de que o mundo continuava a sua caminhada, girando por debaixo dele, e nestes momentos ele parecia regredir. Mas chegara à conclusão de que, para frente ou para trás, não importava a direção pois não queria chegar a lugar nenhum. Ele queria mesmo era apenas andar por aí e ver as coisas como elas são. E o que dizer sobre seus olhos castanhos e sua pele queimada? Nada disso acrescentaria mais ao que já foi dito sobre aquele garoto metade homem, metade menino. Porém, convém saber uma história que ele me contou em um destes sonhos nos quais tem me visitado. Certa manhã chegou a um descampado no meio do nada. Deparou-se com uma linha em sua frente. Ela se perdia de vista de ambos os lados. Do lado da linha em que se encontrava, ele podia ver tudo aquilo que lhe era tocável, tudo o que, concreto ou abstrato, estava ao seu alcance. Eram coisas incríveis e possíveis de serem aproveitadas e vividas sempre. Podia brincar com elas como se fossem um quebra-cabeça ou empilhá-las em um castelo de cartas ou de areia. Podia desfazer tudo e começar tudo novamente de outra maneira. Podia fazer as coisas como quisesse e observar o que aquilo desencadearia, se balançando nas ondas agitadas pelas geleiras que se derreteriam e despencariam despropositadamente. Eram os cavalos selvagens, os lobos, as águias, as nuvens, os desertos e florestas. Eram campos de flores e enxames de abelha. Era a chuva mansa num final de tarde. Podia ver ali todas as possibilidades. Eram todas as coisas em que ele havia esbarrado ao longo da estrada. "E do outro lado da linha?" - perguntei curioso ao homem no espelho. "Do outro lado? Eu não sei." - me disse ele, pensativo - "Imagino que aquela fosse a linha das escolhas e das possibilidades. Do outro lado deve estar tudo aquilo que havia escolhido ou precisado estar lá naquele momento. As escolhas e as linhas mudam frequentemente. Só uma coisa não muda: eu sempre estarei do meu lado e sempre haverá uma linha me separando de algo,  inevitavelmente".

18 de setembro de 2011

"A vida é em vão". Foi isso que eu disse com uma naturalidade que me deixou espantado. Não que tenha sido a primeira vez que o digo, é claro. É que no final das palavras, eu percebi que elas tinham saído do fundo do coração. E foi assim que eu resumi a banalidade dos conflitos conosco e com as nossas escolhas: "A vida, minha cara, ela é em vão". Palavras assim machucam a alma, não é verdade? Não é coisa que devemos sair falando para os outros ou para nós mesmos. Mas o que fazer quando alguém lhe diz que talvez seja em vão tudo o que tem feito? Sim, talvez, muito provavelmente, seja tudo em vão. Porém, é preciso dizer que eu nem sei se acredito em mim mesmo. Contudo, é preciso ponderar algo. Não costumamos pensar na falta de préstimos da vida quando estamos felizes ou apaixonados. Não costumamos investigar a banalidade das coisas quando estamos amando. Talvez, um motivo para tudo seja apenas nos afastarmos destes pensamentos enlameados. Seja não pensar no propósito de nada. Esboçar um sorriso quando nos vier à mente a banalidade da vida. Abraçar a futilidade das escolhas. Ser apenas este misto entre tristeza e felicidade. Mas quem quer acreditar nisto é o meu eu poético. O mesmo que ficou espantado quando o meu eu concreto lhe disse aquelas palavras. E, na minha cabeça, eles passam horas argumentando, tentando convencer um ao outro de que suas conclusões são as corretas. Este é um de meus vários conflitos, uma das várias batalhas que eu travo. Por assim dizer, minha cara, quando eu lhe disse aquilo, era reflexo de uma guerra entre o que eu vejo com os olhos e o que eu sinto com a alma. "A vida é em vão". Será mesmo? Esta pode ter sido a minha mentira mais sincera ou a minha verdade mais falsa. E como vou saber? Espero que você descubra e me conte. E quando me contar eu vou acreditar nas suas palavras. Vou acreditar com uma razão e lucidez que eu não tenho creditado nem a mim mesmo. Mas não demore. A vida pode até ser em vão, mas a verdade é que ela passa.
"Todo homem tem algumas lembranças que ele não conta a todo mundo, mas apenas a seus amigos. Ele tem outras lembranças que ele não revelaria nem mesmo para seus amigos, mas apenas para ele mesmo, e faz isso em segredo. Mas ainda há outras lembranças que o homem tem medo de contar até a ele mesmo, e todo homem decente tem um considerável número dessas coisas guardadas bem no fundo. Alguém até poderia dizer que, quanto mais decente é o homem, maior o número dessas coisas em sua mente."

- Fiodór Dostoievski, em Memórias do Subsolo

27 de agosto de 2011

Parece estar quente lá fora. Daqui eu apenas sinto o frio das grades e o sussurrar das vozes enjauladas. Ouço o som de dedos digitando palavras, construindo paredes. Além do concreto eu imagino as paisagens bucólicas, as estradas desertas e acima do teto eu imagino o entardecer calmo do dia. Observo as cadeiras, os computadores, as mesas, as pessoas de plástico e suas cabeças vazias. E cá estamos, enfileirados: vidas de areia, dias ensolarados, pensamentos distantes e os meus dedos gelados, construindo sem pressa um castelo de letras.

30 de julho de 2011

Vejo uma folha descer o rio, ela vem e vai e passa. Vejo a espuma num rodopio e ela também vem e passa. Parece que só eu fico. Vejo tudo sumir ao longe, na curva distante abaixo do rio. Algo espreita do outro lado. As árvores assistem. O vento se cala. Um breve sorriso. É hora de me jogar das pedras, hora de acompanhar as águas.